A moeda Real completa 30 anos nesta segunda-feira (1º). E quando o assunto é pagar por produtos e serviços, há quem prefira usar notas e moedas – o, digamos, “dinheiro físico” (ou “analógico”, se preferir). Mesmo com a popularização do Pix.
Popularidade do Pix avança, mas Real ‘físico’ resiste em pagamentos
Após 30 anos da criação do Real, há quem prefira notas e moedas quando o assunto é pagar por produtos e serviços, mesmo com a popularização do Pix;
O principal fator de resistência ao meio digital de pagamento e preferência ao “dinheiro analógico” é a idade, segundo o Relatório de Gestão do Pix;
Em faixas etárias entre 20 e 49 anos, por exemplo, a taxa de pessoas que têm ao menos uma chave Pix fica em torno de 90%. Já entre idosos acima de 60 anos, essa taxa cai para 55%, segundo o relatório;
“Apesar do surgimento de meios de pagamento, como o Pix, será necessário algum tempo para apresentarem impactos sobre os hábitos de uso dos meios de pagamento anteriormente existentes”, informou o Departamento de Meio Circulante do Banco Central (BC).
Uma dessas pessoas é a servidora pública Renata Moreira, de 47 anos, entrevistada pela Agência Brasil na feira do Largo do Machado, na zona sul do Rio de Janeiro. “Tenho usado muito [cartão de] débito e Pix, mas hoje terei de sacar dinheiro no banco. A mulher botou um real em cima dos limões que comprei porque o preço aumentou R$ 1 por causa da taxa de cartão”, disse.
Principal fator de resistência ao Pix em relação às notas e moedas de Real é a idade, diz relatório (Imagem: Etalbr/Shutterstock)
Segundo o Banco Central (BC), o Pix é usado por todas as faixas de renda e tem favorecido a inclusão financeira da população. Assim, o principal fator de resistência ao meio digital de pagamento e preferência ao “dinheiro analógico” é a idade, segundo o Relatório de Gestão do Pix.
Confira abaixo a porcentagem de pessoas que têm ao menos uma chave Pix em faixas etárias entre 20 anos e acima de 60 anos, conforme consta no relatório:
20 a 29 anos: 93%;
30 a 39 anos: 91%;
40 a 49 anos: 92%;
50 a 59 anos: 79%;
Acima de 60 anos: 55%.
A aposentada Marina de Souza, de 80 anos, falou sobre sua preferência a cartões e dinheiro físico em relação ao Pix em entrevista à Agência Brasil, também na feira do Largo do Machado. “Não pago com Pix. Não gosto. Pago mais com cartão de débito, menos na feira, onde só uso dinheiro porque eles anotam uma coisa, a gente se distrai, e eles cobram outra. Então tenho sempre aquele dinheirinho sacado, que fica reservado para a feira. As outras compras, só com cartão.”
A dona de casa Hilda Pereira, de 65 anos, também frequenta a feira e prefere usar cartão, notas, moedas. “Ainda estou na fase do dinheiro e do cartão. Não sou muito de Pix ainda não. Tenho [uma chave], mas não aderi muito. Estou sempre com o dinheirinho para pagar as contas”, disse à Agência Brasil.
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O equivalente a 3% do PIB circula em notas e moedas de Real no Brasil, de acordo com o BC (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Para você ter ideia, junho fechou com pouco mais de R$ 347 bilhões em notas e moedas circulando no Brasil, segundo o Banco Central (BC). O montante equivale a pouco mais de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). A autoridade monetária reconhece que a circulação de papel-moeda persiste no país.
Após a pandemia de Covid-19, o valor de cédulas e de moedas em circulação tem se mantido estável em torno de R$ 345 bilhões, com a proporção em relação ao PIB caindo, de acordo com o BC.
“Apesar do surgimento de meios de pagamento, como o Pix, será necessário algum tempo para apresentarem impactos sobre os hábitos de uso dos meios de pagamento anteriormente existentes, a fim de que a evolução desses impactos possa ser claramente mapeada”, informou o Departamento de Meio Circulante.
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