Mas existe um aspecto positivo nisso. Vamos do começo!

Especialistas frequentemente apontam para os carros elétricos como a solução mais viável para um futuro sustentável, diante da necessidade de diminuir as emissões de carbono globais. O esperado é que, em algum ponto, todas as fabricantes de veículos adotem os modelos a bateria, e o carros a combustão fiquem no passado ou representam uma parcela muito menor de vendas.

Não há dúvidas de que precisamos investir nos carros elétricos. Inclusive, escrevemos um editorial recente sobre o tema. Mas, como qualquer tecnologia mais nova, é preciso sempre estar atento a falhas para enriquecer os produtos de forma rápida.

Diante desse cenário, um estudo da JD Power apontou para problemas. Os veículos elétricos a bateria e os híbridos plug-in tiveram um desempenho pior do que os seus equivalentes a gasolina em quase todas as categorias de reparação medidas na análise.

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Como o estudo funciona?

A JD Power mede a qualidade com base nos problemas relatados por 100 veículos de uma determinada marca. Segundo a pesquisa, as pessoas que possuem veículos a combustão interna relataram ter 180 problemas por 100 veículos (PP100), enquanto os compradores de carros elétricos tiveram 266 problemas com a mesma quantidade de carros.

Os problemas tinham pouco a ver com a mecânica dos carros elétricos, ou seja, os motores, as baterias, etc. e, quase sempre, a falha tinha a ver com a tecnologia. O que tem até um aspecto positivo, não? Afinal, as montadoras estão investindo em veículos ainda mais completos. É natural que o tempo leve a aprendizados.

Carros elétricos são repletos de tecnologia, e essa é a maior fonte de seus problemas – Imagem: Markopolo/Shutterstock

Tesla, antes melhor que as concorrentes, ficou tão mal quanto o resto

A Tesla geralmente se destaca quando o assunto é a qualidade de um carro elétrico.

A empresa normalmente conseguia um desempenho melhor do que outras marcas em pesquisas anteriores da JD Power.

Mas agora essa lacuna foi eliminada, com a classificação da companhia de Elon Musk tão baixa quanto as demais.

A JD Power atribui isso a grandes mudanças de design nos Teslas, como a remoção de controles de recursos tradicionais, como piscas e hastes do limpador.

Enquanto a maioria dos problemas tem relação com a tecnologia, a indústria automobilística busca colocar o máximo possível de software em seus modelos, o que pode tornar a possibilidade de falhas até maior, observa a JD Power.

Entre os recursos que mais falham e irritam os donos, foram observados na pesquisa os avisos falsos nos bancos traseiros e alertas imprecisos e irritantes de sistemas avançados de assistência ao motorista — especialmente em torno de novos recursos, como avisos de tráfego cruzado traseiro e frenagem automática de emergência reversa.

Além disso, as telas sensíveis ao toque estão causando dores de cabeça às pessoas, registra o estudo.

Pesquisas como essa mostram que abandonar o que é familiar para buscar o novo nem sempre virá sem obstáculos. Enquanto vivemos uma grande mudança, dos veículos tradicionais movidos a gasolina para carros-computadores de alta potência que funcionam com baterias enormes, será preciso encarar alguns problemas pelo caminho.

Tesla não se livrou de estar mal ranqueada em estudo sobre qualidade de carros (Imagem: Nadezda Murmakova/Shutterstock)

O estudo foi publicado no próprio site da JD Power.

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